Saturday 29 November 2008

sentir o mar ... em nós






sentir em nós

uma razão

para não ficarmos sós

e nesse abraço forte

sentir o mar

como quem sonha sempre navegar




com a vida a navegar por entre o sonho e a mágoa

talvez no mar

eu feita espuma encontre o sal do teu olhar



...








tão longe do meu mar e tão longe de sentir o teu olhar

perdida

entre a vontade de viver o que está perto quando se olha de longe

e a vontade de sentir o aconchego das certezas de sempre


será a nostalgia do que não se vive um preço demasiado elevado?


visto ao longe é tudo tão diferente...
















incomoda-me o aquecimento excessivo e a solicitude a despropósito

anulados pelo frio cortante quando se põe o nariz de fora e pela inexistência de tudo aquilo que me faz falta


tudo tão fora do meu mundo


ou apenas eu fora deste mundo

ou apenas a eterna dualidade entre querer partir e querer voltar


mas também o deslumbramento da não pertença


o anonimato


e o jogo da distância distorcido por cumplicidades fortuitas


olhares que se cruzam e aproximam, forjados em identidades aparentes de quem vive o mesmo nonsense




O que se deseja aqui também se deseja quando anulados os milhares de km de distância?









proibições, aqui como ali

aqui com gargalhadas que se cruzam

com olhares que entram no olhar

com sabor a impunidade

com um encolher de ombros

olha-se o momento









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